segunda-feira, 1 de julho de 2013

Leis da Atração: Capítulo Bônus - Quando em Roma...

Leis da Atração

Capítulo Bônus — Quando em Roma...

Narração Elena


— Ei Elena! — Chamou-me Jeremy da porta. — Eu já ia me esquecendo!


— O que?


— Eu e Anna estamos pensando em viajar para Roma e você não quer vir com a gente?

— Eu? Não sei ser vela Jer. Isso é um pouco estranho não?

— A gente não se importa, só queremos que saia um pouco dessa deprê, ok?

— Eu não estou em depressão, moleque!

— Estando ou não, queremos que vá conosco. Agora tenho que ir. Tchau.

— Tchau. — Respondi depois de um tempo.

Roma? Só era o que me faltava né? Tudo bem que eu adoro viajar, mas ir para lá completamente sozinha quando você está numa fossa do caramba?

Por um lado eu penso que pode ser uma boa ideia viajar, sair daqui um pouco. Então me lembrei de um livro o qual eu havia lido assim que terminei meu namoro com Damon.

Comer, Rezar, Amar.

Ai que livro maravilhoso, me ajudou muito, foi meio que uma autoajuda em uma hora crítica, e me identifiquei muito com a personagem.

Então tomei uma decisão. Eu faria como Elizabeth Gilbert — ela não é minha parenta, é apenas a escritora e personagem principal do livro com o mesmo sobrenome que o meu — viajaria para conhecer outros sabores e amores.

Liguei para a cachorra da Bella para avisá-la. É claro que ela surtou, mas depois entendeu.

Bella e eu crescemos juntas, sempre fazíamos tudo juntas. Estudamos na mesma escola, entramos na mesma universidade, nós só não fizemos o mesmo curso. Mas moramos juntas. Só que eu estava na casa dos meus pais, passando um tempo com eles.

Eu a tenho como uma irmã. Aquela irmã pentelha e chata, mas eu a amo muito. Já fizemos muitas loucuras, envolvendo bebidas, aquela ali coloca um no chinelo em se tratando de biritas.

Os dias se passaram e o dia da viagem chegou.

Durante o voo, encostei minha cabeça na janela e fechei meus olhos, não para dormir, apenas para pensar, pensar em quando conheci Damon. Mas porque eu fui pensar justo nisso?

*Flashback On*

— Ei Elena, quero que conheça meu amigo Damon. — Disse Bella.

— Prazer, senhorita Gilbert. — Me senti completamente idiota na presença daquele cara. Cabelos negros, olhos tão azuis, um olhar profundo e hipnotizador.

— O prazer é todo meu Damon, mas chame-me de Elena, apenas. — Sorri para ele, e ele mostrou seus dentes brancos e perfeitos.

— Com licença, Damon. Já voltamos. — Disse Bella me arrastando com ela para o banheiro.

Ah, deixe-me explicar, estávamos no Baile Anual dos Advogados. Não era qualquer um que entrava, eu, por exemplo, não poderia, mas Bella é Bella, e é filha do tio Charlie então eu pude entrar. Essa festa ocorre todo ano, e além de advogados, promotores e juízes também participam.

— Ai Bella, porque me afastou do gostosão de olhos azuis? — Perguntei chateada.

— Ei acalma a periquita! Ele é Damon, esse nome não te faz lembrar-se de nada? É tão retardada assim?

— Eu não me lembro dele! Eu já o conhecia?

— Não pessoalmente, mas ele namora Rosalie!

— Ai meu Deus! Então fale para ele ficar longe de mim!

Bella riu.

— É sério!

— Mas o que...? Elena? Por que está agindo assim?

— Você acredita em paixão a primeira vista?

— Lá vem você com essas ladainhas de paixão! Afe, Elena, por favor! É claro que eu não acredito nisso! Você só ficou assim porque se deslumbrou. Veja, meu amigo é lindo, é um tudo, mas você não está apaixonada pelo namorado de sua amiga, ok?

— Mesmo assim eu não quero vê-lo mais hoje. Vou me sentir mais idiota.

— Tenso, Elena. Muito tenso! — Bella revirou os olhos. — Vamos voltar.

— Como Rosalie o conheceu?

— Faz pouco tempo que eles estão juntos. Eu meio que fui intermediária. Eu estava almoçando com ele e aí ela chegou. Os dois começaram a conversar e me deixaram de lado. Comi sozinha praticamente, os dois pareciam que se conheciam há muito tempo. Eu fiquei feliz por Rosalie, ela ainda não tinha se encantado por alguém. E com Damon ela se soltou mais. Não sei se percebeu, mas desde então ela sempre está falando dele quando almoça conosco. Você ouviu o nome Damon sendo pronunciado por ela?

— Não! Você nunca me contou isso, por quê?

— Por quê? Ai, eu não sei. Isso importa agora?

— Um pouco né? Mas enfim, os dois estão juntos, pelo menos nossa amiga está bem. — Suspirei frustrada. Por um momento eu pensei que tivesse chance no amor. É claro que aquele Damon bonitão do jeito que era, já tinha alguém, a otária aqui sonhou demais.

*Flashback Off*

Sorri ao me lembrar de como conheci Damon. Realmente pensando agora em como aconteceu, foi engraçado. Somente ali naquele momento no banheiro com Bella.

Depois de alguns dias, por coincidência, o encontrei andando pelo shopping. Estranhei por ele estar sozinho sem Rosalie e tentei, juro que tentei não falar com ele, ou fingir que eu não o conhecia, mas ele veio falar comigo numa alegria que minhas pernas fraquejaram.

*Flashback On*

— Elena!

— Oi Damon. — Respirei fundo para não gaguejar.

— O que faz por aqui sozinha?

— Eu te pergunto o mesmo!

— Então me responda primeiro. — Ele sorriu cinicamente.

— Vim aqui comprar umas coisas para minha viagem. E você?

— Vim comprar um presente para Rosalie. A Bella deve ter te falado né? De mim e Rosalie?

— Ah sim, ela comentou. — Sorri completamente sem graça com a situação.

— Quer tomar um café comigo? Estou com tempo livre, agora.

— Ah claro. Pode ser. — Respondi sem pensar.

Burra, burra! O que você pensa que está fazendo?

Fomos até um quiosque e lá nos sentamos. Ele me pagou um cafezinho e ficamos conversando.

— Para onde vai viajar?

— Barcelona.

— Uau. Você gosta muito de viajar?

— Na verdade vou com o pessoal da faculdade.

— E o que você estuda?

— Engenharia Civil.

— Em que universidade? Eu estou sendo muito enxerido né? Mas eu não me importo. — Ele riu, e eu o acompanhei.

— Eu também não me importo. Bom, eu estudo em Harvard.

— Sério? Por que nunca te vi lá?

— Eu não sei. — Rimos juntos mais uma vez. — Como conheceu Bella?

— Meu pai e o pai dela eram amigos. Conhecemo-nos já tem um bom tempo. E viramos amigos desde então!

— Mais uma coisa estranha, eu sou a melhor amiga dela, como ela tem um melhor amigo sendo que eu nem o conhecia?

— A vida é estranha, não é Elena? Mas o que importa é que agora nós nos conhecemos finalmente. — Ele piscou para mim. Por um momento pensei que ele estivesse tentando me seduzir, mas depois parei de ‘’viajar’’, ele era assim. Bella havia me dito.

O tempo passou que eu nem percebi. Despedimo-nos, ele me desejou boa viagem. Fui embora sem ter comprado muita coisa.

*Flashback Off*

Sorri mais uma vez, ao lembrar-me daquilo. Dessa vez acabei pegando no sono.

— Acorda Elena, já chegamos. — Disse Anna.

Descemos no Aeroporto Internacional de Roma Leonardo da Vinci, também conhecido como Aeroporto Fiumicino. Minha sorte e de Jer é que Anna tem parentes italianos que moram aqui em Roma, ah é claro, ela fala italiano.

— Nonna! — Gritou Anna ao avistar uma senhora baixa de cabelos grisalhos. Que sorria em nossa direção.

— O que é nonna Jer? — Perguntei sussurrando perto de seu ouvido.

— É avó, Elena. Nem isso você sabe? — Ele revirou os olhos.

— Tá se achando o professor de Italiano né? Menos Jeremy, menos. — Dei língua para ele.

— Questo è il mio ragazzo, la nonna! — Disse Anna ao abraçar meu irmão. Ai meu Deus, estou sentindo que vou apanhar muito nessa cidade. Mas que peste foi isso que ela disse mesmo?

— Bello ragazzo! — Ela sorriu para ele.

— Anna, eu acho que vou precisar que traduza para mim. — Falei um pouco constrangida.

— Ah sim, mil perdões! Eu disse para minha nonna que Jeremy é meu namorado. E ela respondeu que ele é um belo rapaz!

— Ah sim. — Sorri para a bela senhora. Ela me olhava com seu cenho franzido.

— Chi è questa ragazza? — Ela deve tá perguntando quem sou eu. Bom, vamos lá.

— Sou irmã desse bello ragazzo!

— Elena ela não vai entender seu italianglês furado! — Falou Jeremy com seu sorrisinho de deboche.

— La sorella di Jeremy, nonna. — Respondeu Anna.

Depois da bela apresentacione, eu sei que não é assim que se fala. Mas enfim, fomos para a casa dos nonnos de Anna.

Linda a casa. Lembrei-me de que eu havia trazido um dicionário na bolsa. Rapidamente o peguei e consegui traduzir para elogiar a casa para a nonna.

— Bella casa, nonna! — Falei toda simpática.

— Io non sono tua nonna! — Ela ficou séria de repente. Anna e Jeremy riram e eu boiei.

— Ela disse que não é sua vó, Elena. Fica na sua! — Jeremy disse. Fiz biquinho, mas depois relevei.

Quase surtei quando entramos na sala e vi o tanto de gente que havia ali.

— É sua família Anna? — Perguntei meio sem graça.

— Sim, uma parte dela. — Uma parte dela? Era meia população de Roma ali dentro daquela sala e era só uma parte? Uau.

A gritaria rolou solta ali. Eu não estava entendendo nada eu só sorria e cumprimentava a todos. Crianças, velhos, adultos, adolescentes! Todas as gerações possíveis da família de Anna, até mulher grávida tinha no meio!

Era hora do almoço e mais uma vez me surpreendi com o tamanho da mesa. Será que aquele pessoal todo mora aqui?

Mas no final da tarde consegui minha resposta. Apenas os avós de Anna moram aqui.

Quando a noite chegou eu estava cansada. A nonna me levou até um dos quartos no andar superior.

Peguei o dicionário e tentei traduzir um agradecimento.

— Grazie! La signora è molto gentile! — Sorri orgulhosa de mim mesma. Anna e ela me olharam estranho. Será que pronunciei errado?

— Non mi piace! — Falou a nonna olhando feio para mim.

— Che cosa ha fatto per te? — Anna respondeu. E eu ficava olhando para uma e para outra sem saber o que elas estavam falando.

A nonna saiu sem ao menos dizer uma boa noite. Mas eu como uma boa americana educada, procurei boa noite no dicionário e gritei no corredor para ela:

— Buonanotte, nonna! — Acenei para ela quando virou para mim. Mas surpreendendo-me ela me deu o dedo do meio! Minha boca escancarou.

— Sua vó me odeia! — Suspirei triste.

— Ela é assim Elena, não se preocupe. Logo se acostumará com você. Buonanotte!

— Buonanotte, Anna. Grazie.

— Amanhã vamos passar o dia fora. Vou levá-los para conhecer a cidade.

— Ai que tudo! — Vibrei.

No dia seguinte visitamos o famoso Coliseu, a linda e perfeita Fontana de Trevi. Fomos ao Vaticano conhecemos a Basílica de São Pedro, a Piazza de São Pedro, e o museu do Vaticano.

No outro dia fomos ao Terme Di Caracalla, esse lugar é maravilhoso, são ruínas antigas com lindos mosaicos. Também conhecemos o Castello Sant’ Angelo.

— Inicialmente aqui era um mausoléu, foi construído para o Imperador Adriano. — Disse Anna. Nós olhávamos bestificados para aquela arquitetura perfeita, era lindo. Até Anna admirava a bela paisagem.

À noite fomos a Piazza Navona. Diz Anna que é uma das praças mais famosas da Itália. E realmente, havia muitos turistas ali. Tirando fotos e mais, namorando, conversando. Artistas pintando retratos.

Fui até um deles e posei.

— Sou linda, não sou Jer? — Mostrei o desenho para ele.

— Não!

Anna riu e Jeremy também.

— Sem graça. — Bufei contrariada.

— Elena, temos um casamento de uma prima para irmos, final de semana. Sabe como funcionam os casamentos italianos?

— Não faço a mínima.

— Então Giuliana e Filippo farão uma festa daquelas! Ai, eu estou tão feliz por minha prima!

— E eu estou curiosa para saber como é um casamento italiano!

— Quem sabe você não conhece un bello ragazzo, Elena?! — Disse Jer com sua cara de cínico. — E já sai daqui, como se diz casada em italiano, amor? — Perguntou a Anna.

— Sposato!

— Isso aí! — Todos nós rimos.

Durante o resto da semana, passeamos mais, comemos muita massa, pizza e tudo que engorda.

Na quinta feira Anna tivera a ideia de nos levar até a cidade de Veneza. Pensem só é uma distância de aproximadamente quinhentos e trinta quilômetros! O legal é que chegamos lá de barco.

Ah Veneza!

— Venezia, la città dell'amore! — Disse Anna olhando abobalhada para meu irmão, que o olhou igualmente. Dois bobos, pelo menos um tinha o outro. E eu? Eu não tinha ninguém. Ai, ai, será que estar aqui me fará bem? Na outra cidade do amor?

Ai que dor de barriga!

— Anna, eu preciso usar um banheiro! — Ela me olhou assustada.

— O que houve? Vamos ali naquele restaurante. — Ela me conduziu até lá.

O que a nonna havia colocado no meu sanduíche? Será que ela fez alguma mandinga italiana? Eu não sei, só sei que eu estava mal!

— Possiamo usare il bagno? — Ela perguntou a um dos garçons.

— Sì, certo. Proseguire dritto e girare a destra! — Se eu viesse sozinha eu estava era ferrada e mal paga. Eu não entendi nada! Como sempre.

— O que ele disse?

— Siga em frente e depois vire à direita.

— Ah, ok.

Ufa! Melhor sensação do mundo é se sentir aliviada de algo. Ai, ai. A Elena está renovada!

Depois, fomos almoçar. Não no mesmo restaurante é claro, mas em um que tem trezentos anos de história. Simplesmente fantastique! Ok, eu sei, eu troquei os idiomas.

Antico Martini tem um ambiente muito romântico. No fundo eu estava tão frustrada, mas tão frustrada com a minha solteirice que queria me afogar no Grande Canal.

Depois que saímos do restaurante Anna nos levou para conhecer arquiteturas e igrejas da cidade.

— Vocês querem andar de gôndolas ou de Vaporettos?

— O que são vaporettos?

— São barcos tipo ônibus, cabe muita gente. É bom demais. Gôndolas são mais para casais.

— Se vocês quiserem fazer um passeio romântico podem ir, eu me viro.

— Ai Elena, você acha mesmo que vou deixar minha cunhadinha linda sozinha nesta cidade? Nem pensar! Vamos de vaporetto!

Entramos em um que estava lotado. Logo peguei minha câmera.

— A cidade de Veneza é muito confusa, aprendi a andar aqui e a conhecer os principais pontos, fazendo um mapa e o estudando quando criança. — Disse Anna. — A cidade é dividida em seis partes, San Marco, San Croce e San Polo, Castello, Cannaregio e Dorsoduro.

‘’Agora vamos atravessar a Ponte dell’ Accademia para chegarmos ao distrito de Dorsoduro.’’

Esse distrito é lindo, repleto de lindas galerias de artes. Um luxo só.

‘’ Estamos passando pela ilha de Murano’’ — Esta é cheia de casinhas coloridas, e sacadas floridas. Tudo muito fofo.

Passamos pela Ponte di Rialto, Gueto Judaico, Piazza San Marco, conhecemos a Campanile (Torre Veneziana), e por fim o Palazzo Ducale.

Voltamos para Roma já era madrugada.

Era um domingo bonito e ensolarado. Fui acordada com o barulho de muita gente falando que passava no corredor. Era uma gritaria terrível. Coloquei o travesseiro na cara para ver se o barulho diminuía, mas não adiantou nada! Ai como italianos falam alto!

O casamento começaria às dez da manhã e teria duração tipo o dia inteiro! Embasbaquei quando Anna me disse isso.

A cerimônia estava marcada para as onze da manhã na Basílica de San Giovanni in Laterano, a igreja mais antiga de Roma e do mundo ocidental, por lá ser muito visitada por turistas o tempo todo, a família do noivo pagou muito caro para realizarem o casamento nessa catedral, Anna não sabe quanto foi exatamente, só sabe que foi hiper caro.

Depois os convidados seguiriam para o hotel Intercontinental De La Ville Roma, localizado perto da Piazza Spagna.

Dizem que os italianos escolhem o domingo para casar porque é considerado o dia mais afortunado.

Na entrada da igreja havia um grande laço de fita. Perguntei a Anna o que era e ela me disse que significa o vínculo do casal. Interessante.

Giuliana estava linda, com seu belo vestido branco e de véu, o famoso véu.

— As noivas italianas usam o véu para se esconder dos espíritos invejosos. E os noivos carregam em seus bolsos algum objeto de ferro. — Disse Anna.

Depois da bela cerimônia, onde eu Elena Gilbert chorei horrores, até mais que a mãe da noiva, nós fomos para o lado de fora jogar arroz no casal. Até então normal, mas aí soltaram duas pombas brancas.

— O que isso significa Anna?

— Amor e felicidade, Elena. — Ela me respondeu com um sorriso no rosto.

Fomos todos para o luxuoso hotel.

A decoração estava linda e o que me chamou a atenção foram as comidas. Só tinha massa. Hoje eu ia engordar horrores.

Licor Italiano! Empolgada levantei as mãos. Um garçom serviu a todos, sim, apenas um garçom, considerado o melhor daquela recepção.

— Hmmm, molto buono!

— Até que enfim conseguiu dizer algo italiano! — Disse Jeremy.

— Idiota.

O jantar foi servido e me perdi com tanta comida. Eu nem sabia por onde começar.

Houve a primeira dança com os noivos e depois todos, eu disse todos os convidados foram dançar. Nessa hora a Elena ficou mais perdida do que cego em tiroteio.

Fui arrastada por um brutamonte para o meio para dançar.

Como vou dançar? Ok, Elena não deve ser difícil. Vamos lá. Fui ao embalo e consegui pegar os passos. A dança era tipo muito doida, ainda mais para mim que estou acostumada a dançar apenas música eletrônica na boate de Alice.

Ah Alice, Bella, saudades daquelas vadias. E só faz três semanas que estou em Roma.

O que achei mais estranho, porém interessante, é que o casal quebra um copo junto, e Anna disse que eles têm que contar os pedaços para determinar o número de anos que irão compartilhar juntos como um casal feliz. Era uma coisa que eu não gostaria de saber!

A festa estava agradável, todo mundo se divertindo. Menos eu. Ai eu olhava para todos os lados e só via casais bonitinhos sorrindo um para o outro, Anna e Jer se beijando e eu sozinha. Sabe? S.O.Z.I.N.H.A!

Bom, fui atrás de bebidas para ver se eu melhorava.

Quando me dei conta eu já estava na décima taça de vinho! Ai como uma vodca fazia falta. Só tem vinho na festa e eu queria beber outra coisa. Mas enfim, me contentei com o vinho. Era do bom mesmo.

Minha visão já estava dificultada. Então eu saí, pelo menos eu acho que saí. Não sei se pela frente ou por trás do hotel, só sei que eu estava do lado de fora e senti a brisa fria no meu rosto.

Com duas garrafas de vinho nas mãos que roubei avistei uma grande fonte com estátuas de cupidos e corações. Super gay. Mas achei fofo.

Sentei-me e comecei a cantar uma música que eu nem sabia que sabia, entendeu? Não? Nem eu.

Eu não sei pra onde vou
Pode até não dar em nada
Minha vida segue o sol
No horizonte dessa estrada...

Eu nem sei mesmo quem sou
Nessa falta de carinho
Por não ter um grande amor
Aprendi a ser sozinho...

E onde o vento me levar
Vou abrir meu coração
Pode ser que num caminho
Num atalho, num sorriso
Aconteça uma paixão...

E vou achar
Num toque do destino
O brilho de um olhar
Sem medo de amar...

Não vou deixar
De ser um sonhador
Pois sei vou encontrar
No fundo dos meus sonhos
(Sonhos! Sonhos! Sonhos!)
O meu grande amor...

Depois que terminei a bela canção, só que não, chorei. Ai como chorei. Porque eu terminei com Damon mesmo? Ah sim, o cachorro ainda sentia algo por Rosalie. E triângulos amorosos nunca me agradaram.

*Flashback On*

Depois que Damon terminou com Rosalie dizendo que havia se apaixonado por mim, a nossa situação piorou. Nós brigamos feio, eu me senti até mal tanto por ela quanto por mim. Sério, brigar por homem é ridículo.

Senti-me culpada por estar ‘’roubando o homem’’ de Rosalie, mas eu e Damon nos apaixonamos pra valer, não teve como esconder de ninguém.

Namoramos por um bom tempo, até que certo dia ele esquece o celular no apart onde eu moro com Bella e Alice e recebe uma ligação. Deixei cair na caixa postal e Rosalie falou:

‘’ Damon eu não estou achando o lugar aonde você falou para nos encontrarmos. Retorne-me. Beijos. ’’

Fiquei cega de raiva. O safado havia voltado e pegou o celular. Fingi que nada vi e nada ouvi. Só que eu o segui naquele dia. E o que meus olhos viram até hoje me dói.

Eu sou chifruda! — Pensei.

A real é que Damon se frustrou com Rosalie porque ele queria sexo e ela não podia dar porque tinha trauma, por ter sido abusada quando mais nova. E comigo ele conseguiu, mas à medida que o tempo foi passando, ele percebeu que gostava das duas. E quando ele confessou na maior cara de pau tudo isso para mim, eu dei um basta. Mesmo apaixonada por ele eu não aguentei, gosto de ter um homem somente para mim, esse negócio de dividir eu tô é fora.

*Flashback Off*

Mesmo assim eu e ela não nos acertamos, nossa inimizade é estampada em nossos rostos. Alice e Bella fazem de tudo para nos juntar, mas Damon conseguiu acabar com nossa amizade. Ao contrário de Rosalie, eu não corri atrás dele em nenhum momento.

Tirei minhas sandálias e coloquei os pés para dentro da fonte. Insatisfeita, eu já havia bebido metade de uma garrafa de vinho, eu entrei na fonte, a água batia em minhas coxas. Comecei a cantarolar uma música irreconhecível, sei lá, eu acho que inventei.

Senti sob meus pés algo estranho. Abaixei para ver o que era, algo como peixe passou por minha cabeça. Mas assim que peguei constatei que eram moedas.

O que eu fiz? Peguei o máximo que eu consegui. Só para levar de recordação.

Alguns policiais me avistaram e vieram a minha direção, não sei como, mas saí correndo para o grande hotel. Eles não me acharam.

Quando o dia amanheceu aquela ressaca dos infernos me atingiu. Não sei como vim parar na casa dos avós de Anna, mas eu vim.

Havia um copo com água e um comprimido no criado-mudo e um bilhetinho.

‘’ Toma este remédio que irá se sentir bem melhor sua biriteira, sério, não vou deixar você andar mais com a Bella. ‘’

Ass. Jer.

Sorri para o bilhete e com a preocupação de meu irmãozinho lindo.

Um tempo depois Anna veio até meu quarto. Eu estava contando as moedas que peguei da fonte.

— O que é isso Elena?

— Peguei estas moedas em uma fonte ontem perto do hotel.

— Dio Santo, Elena!

— O que foi? Eu vou presa por isso? — Ri sarcástica.

— Pior do que ser presa é a maldição que cairá sobre você!

— Do que está falando Anna?

— Diz a lenda que quando um homem de costas joga uma moeda na fonte, uma moça tem que pegar e aí eles se encontram.

— Isso é só uma lenda e pelo que vejo não tem nada de maldição nisso!

— Aí é que está, você pegou um monte, Elena!

— E?

— E muitos homens virão atrás de você!

Eu ri tão alto que Anna até se assustou, quanto percebi que ela não havia movido um músculo sequer, parei de rir na hora.

— Eu não acredito em contos de fadas Anna. Isso é só uma lenda local. Por acaso conhece alguma mulher que pegou uma moeda e logo de cara encontrou o homem da sua vida?

— Er, não. Mas não é logo de cara, é depois de uma semana.

— Se isso acontecesse comigo eu iria pular de alegria, quer saber a quanto tempo não chove na minha horta? Desde quando terminei com Damon! Parece que aquele desgraçado me jogou uma praga!

A cara de Anna era de preocupada, mas depois de tanto insistir acabei convencendo-a de que aquilo não passava de uma lenda.

Logo liguei para Bella para contar o que havia acontecido, sobre o episódio da fonte do amor.

Uma semana se passou desde o casamento, era um sábado e resolvemos ir embora. Não contamos para ninguém dos Estados Unidos que nós iriamos chegar a noite daquele dia. Eu queria fazer surpresa para minhas amigas, mesmo não tendo certeza de que elas estariam em casa. Afinal, era sábado e poderiam ir à boate, mas mesmo assim arrisquei.

Assim que chegamos, me despedi de meu irmão e de Anna e peguei um táxi para meu condomínio. Cumprimentei o porteiro que me perguntou se fiz boa viagem. É claro que fiz boa viagem, não poderia ter sido melhor! Aproveitei para perguntar se minhas amigas estavam em casa, ele disse que sim, que ninguém havia saído.

Subi radiante até meu andar e empolgada apertei a campainha.

Continua...

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