quinta-feira, 9 de maio de 2013

Leis da Atração- Capítulo 2


Leis da atração

Capítulo 2 – Advogada do DEVIL

Narração Bella


Meu pai é Charlie Swan, sim, se não o conhece é porque não lia muito jornais. Ele estava sempre nas notícias, era um renomado advogado, e como uma filha que admira seu pai, eu sempre tive o sonho de ser uma advogada tão boa quanto ele. Segui seus passos e me tornei uma ótima advogada criminalista. Meu pai já era bom nesse ramo, mas ele tinha alguns ideais e também o dom de saber quando um cliente mentia. Ele odiava defender quem era culpado, então selecionava muito bem seus clientes. Tento seguir isto, mas no mundo em que vivemos há certa dificuldade em ler as pessoas.







Como eu ia dizendo, meu sonho sempre fora seguir os passos de meu pai, desde um dia em que ele me trouxe para seu escritório. Eu me lembro de que eu brincava sempre de ser advogada. Minha mãe era uma mulher muito mais animada e extrovertida, ela era voluntária em algumas ONGs, e professora de balé. Nunca fui interessada neste lado, geralmente meninas brincam com as roupas e sapatos da mãe, eu pegava as pastas escondida de meu pai.







Fiz faculdade em Harvard, me formei como melhor da turma, com honras, o que me levou a ser a sucessora de meu pai em seu escritório, o mesmo escritório em que estagiei. Na época de faculdade, as festas eram algo que eu amava. Minhas amigas todas diferentes, cada uma com um sonho. Nós éramos quatro, eu a CDF de todas, Elena minha melhor amiga desde a nossa infância, é aquela que serve de ombro amigo, ela nunca tivera sorte em seus romances, o que lhe restava era sempre um final de tarde junto com um pote de sorvete. Mais avoada que ela impossível. Também tínhamos a nossa amiga Alice, conhecemos na universidade, esta sim sofrera muito, ela infelizmente se envolveu com amizades erradas, em especial com a tal da Tanya. Usava drogas, e chapada teve um envolvimento de loucura de uma noite só, acabou ficando grávida. Outros problemas ela enfrentou mais tarde. Alice tinha uma vida louca, até ser mãe. Rosalie, esta era a nossa amiga pobre, era, porque agora não se pode mais classifica-la assim. Sei que é até uma grosseria me referir desta forma, mas ela era sim a nossa mascotinho, aquela que nós a ajudávamos em tudo sempre. Hoje ela trabalha com Alice. Cada uma de nós na faculdade seguiu um caminho diferente.





Eu sempre fui orgulhosa, e mesmo meu pai sendo o sócio deste escritório, eu quis fazer estágio com uma de suas advogadas, Carmem. Essa mulher era o inferno, ela foi a pior pessoa que trabalhou aqui, corrijo: a pior pessoa até eu chegar a ser a sócia, não que eu seja o dragão que falam por aí, ou a tal famosa advogada do diabo. Carmem nem era dona e era pior do que eu, mas me considero exigente, eu gosto de tudo em seu devido lugar, em perfeita ordem.


Como sempre eu estava atrasada. Ontem eu contratara um novo assistente. Uma das coisas mais difíceis era encontrar alguém competente, alguém que estivesse realmente disposto a se tornar um advogado de verdade.

Eu sempre encontrava àquelas meninas fúteis, que nada sabiam da vida ou alguém que nunca aceitava meu método de trabalho e treinamento, isso mesmo treinamento, eu considero o estágio um treinamento e se não enfrentar o pior não vai saber o que é a vida de um advogado. Do que adianta um treinamento fácil, se eles querem ser alguém que faça nome? Todos os estagiários encontrarão dificuldades na vida, começando por minhas mãos.

Edward Cullen — eu não sou muito de elogiar assistente, nem para mim mesma — mas ele é um rapaz que se mostrou confiante, só não gostei de sua arrogância. Ele é mais velho do que eu, isso deve ser ruim, pois minha autoridade pode ser questionada, mas eu mantive pulso firme quanto a isso. O problema de trabalhar com homens é que eles pensam que são sempre os melhores em tudo, mesmo tendo um posto abaixo do meu. Ele trabalha a noite em um barzinho, o Heineken’s Bar. Eu sabia bem como era este bar há anos, eu não o frequentava, porque sempre o considerei da ralé, mas me lembrava de meus tempos de faculdade.

Meu telefone tocou.

– Swan.

– Bella, sou eu, Elena.

– Elena, este é meu numero de trabalho, porque não ligou para o pessoal?

– Eu liguei, mas você nunca carrega aquela merda!

– Desculpe amiga, mas me diga, porque ligou? – Bem, Elena é uma das poucas pessoas que me vê na minha forma mais normal, mais humana possível, a Bella realmente como ela é. Viu? Eu até peço desculpas!

– Uau! A senhorita Swan pedindo desculpas!

– Pare de ser idiota. – Olhei e o motorista me encarava pelo retrovisor. Odeio funcionário abusado! Apertei o botão, fechando a divisão entre ele e o banco de trás. É, hoje eu estava com preguiça de dirigir. Vê se pode!

– Bella, eu vou viajar.

– Viajar? Que loucura, apesar de você ser louca, mas assim do nada?

– Ai Bella, olha eu cansei! Depois de tudo eu cansei, e sabe, eu li um livro que me deu uma vontade louca de sair e viajar.

– Que livro Elena? - Perguntei entediada, ela é maluca eu digo, nem sei como nos demos bem desde criança, impulsiva, avoada, o oposto de mim, se o ditado que diz que os opostos se atraem isso vale para nossa amizade.

– Comer, Rezar, Amar, e eu quero fazer igual à garota do livro, achar meu interior, mas eu pensei em Roma, sabe sempre quis conhecer lá.

– Mas você vai comer, rezar ou amar em Roma?

– Ai que boba! Você para uma advogada, uma nerd, é tão lerda! Eu não vou fazer o que a moça do livro fez eu só quero me encontrar lá, viajar, Roma é linda e tem uma história. Quem sabe eu não faça tudo isso junto?

– Principalmente amar não é mesmo? Mas lembre-se: quando chegar ao aeroporto me liga que eu te busco já com o pote de sorvete.

– Sua pessimista!

– Apenas realista baby!

– Vira esta boca para lá, eu vou voltar com um gostosão, ou melhor, se Deus quiser vai chover homens para mim!

– Quem sabe né?! Mas se cuida amiga! Você estará longe para eu te dar colo.

Minha amiga é doida mesmo, e desde o fim do namoro com meu sócio Damon Salvatore ela piorou. Voltei a focar em meus compromissos, e sim nele, no meu mais novo capacho, quer dizer, assistente. Ri pensando que era exatamente isso que deveriam falar, bem eu sei tudo que se passa naquela empresa, sei de minha fama, e não faço nada para retirar isso, nem desfazer, as pessoas me respeitam me xingando por trás ou não.

Desci do carro, e avistei Mikaelson chegando, Klaus Mikaelson, ele é o promotor de justiça, e arrasta uma asa para mim, que dá até raiva às vezes, desde a faculdade. Minha praia era os estudos, sim eu sei a CDF, eu já disse era mesmo, e não nego e com muito orgulho, pois enquanto todos estavam focados em bobeiras eu estava lá fazendo meu futuro ao qual cheguei com muito esforço. Mentira, mas dane-se, eu sou o que sou e pronto! Hoje tínhamos uma reunião importante, uma conciliação, eu gostava de fazer isso no fórum, mas Klaus insistiu que fizéssemos em meu escritório.

– Bom Dia senhorita Swan.

– Bom dia Klaus.

– Sem formalidades então, está de bom humor hoje?

– Sim posso ousar dizer que meu humor hoje acordou muito bom, chegou cedo para nossa reunião.

– Certamente, pensei em colocarmos nossas conversas em dia.

– Vamos subir.

Niklaus é um homem alto, lindo, seus olhos são azuis, e de sorriso marcante, ele é dono de um sotaque europeu sedutor, sim ele poderia fazer qualquer mulher se derreter com um simples oi.

Os olhares sempre são aguçados quando acompanhada eu entro no escritório. Cheguei a meu andar, e havia um pequeno tumulto em volta da mesa de minha secretaria Elle.

– Nossa! Acho que tô apaixonado!

Observei um rapaz com aparência distinta, porém sua cara revelava o quão desagradável ele era, e inconveniente.

Passei por Edward e me direcionei ao rapaz estranho. Klaus já respondeu Elle o que eu não me dei ao trabalho. Eu nunca respondia os bons dias dos meus funcionários mesmo.

– Bom dia senhorita Swan. Bom dia senhor Mikaelson.

– Quem é você? – Olhei seriamente para aquele rapaz fora de seu local de trabalho.

– So... Sou Jac... Jacob! – Gaguejou, era uma fraqueza que ele demonstrava isso é um ponto negativo.

– Algum problema senhor? Realmente não entendi seu nome, mas já sei que não faz parte do corpo de funcionários daqui de cima, então, por favor, dê meia volta e saia daqui!

– O nome dele é Jacob Black! – Que petulância eu nem pedi sua opinião, Cullen!

– Cullen! Não me lembro de ter perguntando o nome do senhor Black a você! Lembra-se do que eu falei ontem? Não desperdice suas palavras. Agora entre na minha sala e me espere lá. – Ordenei.

– Sim senhora. – Ele se direcionou a minha sala, mas lembrei-me de que não tinha tomado meu café ainda.

– Não! Espere! Eu não tomei café hoje. Então quero vá até uma cafeteria da esquina e pegue um cappuccino para mim. Eu tenho pressa, senhor Cullen.

– Não pode ser da lanchonete daqui de dentro? – Porque ele é assim? Alguém avise a ele que quando mando fazer algo não gosto de questionamentos? Eu odeio o café daqui, mas Damon não demitiu a funcionaria do café, acho que problemas familiares dela, mas enfim odeio o café daqui.

– O senhor entendeu o que eu falei? Por que eu não vou repetir.

– Ok senhorita, eu já volto.

Entrei em meu escritório juntamente com Klaus.

– Sente-se Klaus. Eu só vou organizar a papelada, o cliente logo estará chegando.

– Ok Bella, já que não estamos sendo formais, eu vim cedo mesmo, como anda a entrada de estagiários?

– Como sempre uma bagunça, não viu agora mesmo? Quanta petulância, agora meu corredor virou point de encontro dos estagiários.

– Isabella eles são jovens não se lembra de nós?

– Sou mais jovem do que eles, mas se bem que me lembro. Você e o resto era bem assim, eu estagiei com a Carmem lembra?

– Sim, como esquecê-la? Eu odiava os casos onde teria que trabalhar com ela, ainda bem que fui logo estagiar no fórum.

– Sorte sua, mas mesmo se não fosse isso, eu acho um ultraje, existem lugares especialmente para se reunir, aqui é um local de trabalho, se bem que ele ganhou um ponto positivo por chegar cedo.

– Abaixando a guarda? Ah me esqueci! Você está de bom humor hoje, aproveitando isso, eu vim mais cedo para lhe fazer um convite.

Xiiii começou! E lá se vai metade do meu tão raro bom humor.

– Diga.

– Poderíamos sair para jantarmos este fim de semana, o que acha?

–Eu posso pensar, mas sabe que vamos entrar em um caso importante se meu cliente não aceitar o acordo, e seria antiético sairmos durante este período.

Boa desculpa Bella, se saiu muito bem, se tem uma coisa que eu sou péssima é nestas situações.

– Minha proposta é muito boa.

– Desculpe minha distração. - Tratei de mudar de assunto. - Mas não lhe ofereci um café.

– Eu aceito e pode ser daqui mesmo.

– Vou pedir a Elle. Mas que droga! - O meu interfone não estava funcionando. - Vou ter que avisá-la pessoalmente, esta porcaria deu defeito.

Levantei-me, e segui em direção à porta, quando eu estava chegando, ela se abriu e só senti algo quente em cima de mim.

Minha voz não saía, Klaus veio tentar me acudir.

– Vai ter que tirar a blusa ou vai se queimar!

Não acredito! Quem falou uma besteira desta? Ah foi o Cullen, só podia ser!

– Vai para o inferno Cullen!

Virei-me de lado, Elle veio e tentou me ajudar.

Tive que retirar rapidamente minha blusa, aquilo ardia em minha pele, e sim eu sabia que se ficasse com ela iria me queimar mais.

Logo Elle pegou uma toalha. Escutei alguém rindo. Ah isso não ia ficar assim.

Eu estava com meu sutiã de rendas brancas, observei dois pares de olhos quase me comendo viva. Senhor, isso está além do que posso suportar!

– Podem se retirar os dois, por favor? - Após eles saírem, Elle disse que tinha um suéter e que poderia me arrumar.

– Claro aceito qualquer coisa.

Elle saiu da sala, eu já acabara com o pouco que me restava do meu bom humor.

Troquei-me no lavabo do escritório, e tentei contar até dez, não, até mil, pois eu queria matar alguém hoje. E esse alguém era o Cullen.

Abri a porta do escritório, meu cliente já estava esperando, eu estava com o suéter horroroso e brega de Elle, ele era feito de lã, e ainda essa merda coçava que era uma desgraça. Além de tudo, tinha um decote em V o qual deixava certas partes em evidência, as quais eu não gostava de mostrar no ambiente de trabalho. Mas vamos ao que interessa, eu tinha que ter esta reunião, mas o Cullen não me escapava.

– Senhorita Woods, chame a limpeza para dar um jeito nesse chão sujo de café. E senhor Mikaelson, senhor Afflen, podem entrar. Cullen, eu quero o arquivo do caso Afflen que está com Damon, eu pedi para ele revisar e desta vez me traga com urgência e olhe por onde anda.

Seu olhar era de espanto, claro eu não chamei sua atenção na frente do cliente, eu tenho bom senso, mas ele ainda iria escutar, ah se ia!

Voltei a meu escritório, e a reunião foi produtiva, quero dizer, bem foi produtiva para minha pessoa.

Meu cliente estava sendo acusado de homicídio, estava respondendo em liberdade graças a minha petição, ele era dono de um pequeno mercado e um dos assaltantes estava com uma arma de brinquedo, e para sua má sorte ele era menor de idade. O coitado do senhor Afflen em legítima defesa atirou no meliante.

O que era um ultraje era o acordo ridículo que Klaus ofereceu, ele queria que meu cliente ficasse um tempo preso. Mas Afflen não iria ficar nem um dia na cadeia se dependesse de mim.

Edward Cullen só observava sentado à mesa e anotando alguma coisa em um caderno ridículo que estava com ele.

– Obrigada senhor Mikaelson, por sua oferta, mas nós não aceitaremos mesmo, eu vou a jure popular.

– Swan, o rapaz era menor de idade, eu já vou avisar que vou levar a mãe dele a juízo.

– Pode levar a mãe, a avó, até um anjo que cair do céu, mas ninguém provará a culpa de Afflen, eu te garanto. Ainda confio na opinião popular, estamos em um país em que armas são veneradas, o que você acha que acontecerá com a opinião pública?

– Certamente pesará o fato de ser o primeiro crime do garoto e que ele menor.

– Um drogado, que roubava a própria mãe, sim leve a mãe dele a juízo, eu iria adorar perguntar sobre o dia em que ela foi internada, que ele a agrediu, e roubou a TV da própria casa. Não adianta, as pessoas não aceitarão que não podem se defender, mas que serão presas por usa-las em legítima defesa.

Modéstia a parte, eu sou muito boa no que faço. Klaus sabia que não teria chances no tribunal, então ficou muito chateado, meu humor voltara novamente, não totalmente, mas parte dele. .Eu prolonguei um caso, mais ganhos, e com grande propensão de vitória, ainda me livrei de um jantar.

Mikaelson foi embora, e eu diria no mais chulo dos ditados, com o rabinho entre as pernas. Sorri vitoriosa.

– Senhorita Swan tem certeza que tenho chance de vencer?

– Fique calmo senhor Afflen, temos quase cem por cento de chance! No dia da escolha do júri eu estarei presente, eu sei como fazer, e vou procurar pegar um juiz bem mais influenciável à opinião sobre armas, e que sabe que somos um país amante das armas, não se preocupe.

– Confio em suas palavras senhorita Swan.

Assim que Benjamim Afflen se retirou, dei uma volta e encarei o Cullen que ainda estava anotando algo naquele caderno.

– Senhor Cullen?

– Sim Senhorita Swan.

– Vejamos, sabe que cometeu uma falta grave?

– Eu acredito que em meu trabalho eu tenha sido correto cem por cento.

– Não me interrompa! Esta foi uma pergunta retórica, o senhor cometeu sim, tenha mais atenção, pelo amor de Deus, onde já se viu esbarrar assim nas pessoas?

– Mas a senhorita...

– Não desperdice suas palavras em vão! Eu estou falando e não gosto que me interrompam, eu tenho um sistema e uma de suas faltas já foi, agora outra coisa arrume um notebook ou algo do gênero, não é admissível estar anotando certas coisas em um simples caderno.

– O que tem de errado? Eu queria anotar coisas importantes.

Bati meu pé em protesto, ele era insuportável, me interrompia sempre.

– Cullen, eu estou mandando, eu quero um notebook ou um tablet em suas mãos, nada desta porcaria aí. E agora você tem que redigir nosso acordo que não foi firmado. Eu necessito de duas petições para o fórum, uma para o julgamento e outra para o júri. Verifique minha agenda, eu preciso que marque a escolha do júri, de preferência o mais breve possível.

– Mas como farei isso?

– O que o senhor acabou de me perguntar? O trabalho é seu eu não tenho que lhe ensinar como fazê-lo.


Narração Edward



Como vou fazer tudo isso ao mesmo tempo? Aquela mulher só pode ser louca mesmo.


– Elle, eu preciso de sua ajuda.




– Vou adivinhar, terá que marcar a escolha do júri, para o mais breve e o julgamento, certo?




– Sim, mas não faço a mínima ideia de como fazer isso!


– Vejamos. O júri de preferência entregue a petição até às quatro da tarde, que sairá até amanhã, já o juiz ela não te disse qual?

– Não, e isso se escolhe?

– Geralmente não, mas se você for ao fórum vai olhar o calendário, tem que ser rápido, pois o promotor provavelmente sabe qual juiz ela quer e vai evitar esta data, mas se você conseguir a petição o quanto antes, sai o juiz.

– Mas é como um golpe de sorte?

– Mais ou menos isso, na sorte, a gente faz as contas mentalmente e imagina que dia vai cair a petição, mas a nossa senhorita Dragão tem uma puta sorte e sempre cai o juiz que ela quer, então torça para que a sorte dela esteja boa, pois se não o culpado será você!

– Eu, mas eu nem sei como funciona!

– Vamos. Eu tenho meu horário de almoço, eu te ajudo, mas só hoje ela não pode saber.

Aquele fórum era um inferno, entendi porque a Dragão — Céus! Eu estou chamando-a assim! — não quis vir ela mesma, e mandou o capacho dela.

Graças a Deus eu consegui marcar a escolha do júri para amanhã, o julgamento ficou para o fim da semana, nem sei que juiz saiu. Peguei aqueles papéis e saí de lá o mais rápido possível, meu estômago estava nas costas, mas eu teria de voltar para o escritório logo.

Entrei na sala da advogada do diabo, e estava organizando tudo, mas com que raios de dinheiro eu iria comprar um notebook ou um tablet? Passei a faculdade inteira usando empréstimos e até usar os da biblioteca e lan houses eu usei.

Olhei para a cadeira dela e a sua camisa estava ali, cheia do café que derrubei, lembrei-me da visão dela sem ela, e do sutiã branco de rendas. Que visão! Eu juro que se Isabella não fosse esta megera implacável eu até tentaria algo, ela não dava um caldo ela era a sopa inteira sim, o seu perfume estava impregnado naquela camisa, e certamente o café não sairia sem um bom tira manchas, Eu sei disso porque vivo sozinho há tempos e sei muito bem como tirar mancha de uma roupa, lavanderias são caras.

– Posso saber o que o senhor faz em minha cadeira?

Pegou-me no flagra! Cara, ela parece estar em todos os lugares ao mesmo tempo! Eu hein!

– Nada! Eu só estava pensando que esta mancha não vai sair tão facilmente.

– Bem é sua responsabilidade, fique à vontade em leva-la e me entregar limpa, só não a engome.

Mulher insuportável.

– Aqui, eu marquei a escolha do júri para amanhã.

– É difícil, geralmente no horário do almoço já pegam todos. – Ela pareceu surpresa comigo.

– Eu fui à minha hora de meu almoço.

Ela nada disse, nem um elogio, era como se me olhasse com um ar de: não fez nada mais que sua obrigação. Mulherzinha Ingrata!

– E o julgamento?

– Fim de semana, aqui está.

Ela abriu a pasta e seu olhar ficou mortífero de repente.

– Não acredito! Pegamos a juíza Grace Walker ela é a favor do desarmamento!

A coisa ia ficar feia, e sabia que seria para meu lado, cocei meus cabelos.

***

Pense em uma mulher que soltou fogo literalmente pelas ventas a semana toda, se ela era a advogada do diabo, agora ela encarnou o próprio em pessoa. Parecia que o escritório girou em torno dela.

À noite no Bar eu tratei de trabalhar muito.

–Ei Embry, será que você poderia me dar um adiantamento?

Embry Call é o dono do Heineken’s Bar o qual eu trabalho a noite.

– Edward, você já pegou semana passada, fim do mês vai ficar zerado.

– Mas eu necessito comprar um notebook urgente.

– Vê se cresce moleque.

– Não é para divertimento e sim para o estágio.

– Meu filho usa para aqueles jogos on-line.

– Não é nada disso, a Drag... Quer dizer a minha chefa exige que eu tenha um.

– Então peça adiantamento no escritório.

– Não posso, acabei de entrar, e não quero que pensem que sou um pé rapado.

– Mas tu é o maior pé rapado que conheço!

– Idiota, só estou pedindo um adiantamento, não quero mexer mais na poupança de meus pais, eles me deixaram livre acesso, mas não acho justo.

– Tome, agora tente fazer em prestações, pois esse treco aí vai dar uns quatro meses de trabalho.

A noite estava sendo muito cansativa, eu amava o que fazia, mas os dias no escritório estavam me matando.

Finalmente consegui tirar meu notebook em dez vezes sem juros, isso mesmo, pois ninguém com minhas condições financeiras consegue tirar a vista um bagulho destes.

– Caroline e aí? - Cumprimentei minha amiga na lanchonete em um raro momento de intervalo.

– Aqui nada e aí? – Brincou. - Como anda o sumido?

– Sumido nada, sugado pela diaba!

– Ué, eu pensei que ela fosse advogada dele?

– Não agora ela é ele em pessoa.

Caroline ria intensamente.

– Pode rir, não é com você!

– Ainda bem que Damon é um doce de pessoa, ele pega leve sabe nem tenho muito trabalho.

– Se bem que eu acho que eu mesmo neste inferno esta semana já aprendi tanta coisa que nem imaginava saber.

– Como?

– Olha o funcionamento daquele fórum é uma loucura, descobri que temos que saber as brechas na lei, e saber como a opinião pública influencia em jurados e juízes.

– Uau, parece um CDF! A senhorita Dragão tem tempo para te ensinar?

– Não, é que ela me manda fazer e anotar tanta coisa que se eu não gravar na mente eu estou ferrado.

– Que bom isso pelo menos é uma vantagem. Ei sexta vamos nos reunir naquela boate chique, sabe o point?

– Sexta?

– É, sexta, sabe meu patrão bonzinho me arrumou convites para todos os estagiários, já guardei o seu.

– Mas sexta é o julgamento!

– Mas vai terminar cedo?

– Depende do júri, a senhorita Swan disse que se eles deliberarem muito cedo é mau sinal, eles devem pensar muito para pesar os pontos.

– Entendi, mas vou guardar o seu mesmo assim, vai que queira descontrair da semana estressante!

E que semana! O estresse foi geral, e quando Isabella me disse que eu teria que lamber o chão que ela pisa, não estava em sentido figurado, pois foi quase isso que ocorreu.

A tão temida sexta feira chegou, e estávamos no fórum à espera da nossa audiência, Isabella estava uma pilha de nervos, mas mesmo assim não descia de seu salto. E que salto! Hoje para estar no julgamento ela estava impecavelmente linda, seus cabelos estavam em um coque firme, o que deixava seu rosto emoldurado e bem visível, ela estava com uma maquiagem leve, nunca reparei muito neste detalhe nas mulheres, mas não tinha como não notar em Isabella.

Sua saia era de um tamanho adequado para o trabalho, porém não deixava de emoldurar seu corpo, e a camisa de seda em tom creme dava a ela um ar de seriedade.

– Dá para fechar a boca senhor Cullen e concentrar-se em seu trabalho?

Como ela podia fazer isso? Estava tão na cara que eu a comia com os olhos?

Mais nervoso estava o Senhor Afflen, que roía suas unhas, as quais eu vi que nem tinha mais, o que lhe sobrara eram as pontas dos dedos, que estavam quase sangrando, o suor em sua testa era limpo a cada minuto com um lenço, ele estava apavorado.

– Caso Afflen! Por favor, podem entrar.

O fórum estava quase vazio, eu estava apavorado, estar ali já era intimidador, imagina com Isabella! Mas olhei para ela, e depois que a mesma passou pela porta, sua personalidade e atitude mudaram radicalmente, era como se certa confiança a dominasse.

Vi quando o promotor entrou a cumprimentou, sentei em um dos bancos e fiquei assistindo tudo, observando, se tinha algo muito bom em trabalhar com Isabella era que eu estava aprendendo muito.

O julgamento andava muito bem, eu admirava a imponência de Bella em suas perguntas, ela não se intimidava por nada, era extremamente estranho como me excitava a cada vez que a ouvia falar:

“Protesto meritíssimo”!

Ela era durona e sexy ao mesmo tempo, e o que me irritou foi aquele promotor, ele coçava sua barba mal feita, e ficava observando ela andar, andar não, Isabella desfilava naquele tribunal.

Mikaelson não disfarçava seus olhares nem durante seu discurso final, que foi maravilhoso por sinal:

“Meus caros jurados, não vou ser longa, nem tomar-lhes os seus preciosos tempos, é só observarem o que foi apresentado, temos um homem cujo seu único ato foi à defesa, sim, mesmo que a arma em questão fora de brinquedo, ele não sabia, e ele tinha seu porte de arma, como muitos aqui tem, e o meliante, o seu único objetivo era roubar, sem consequências. Vimos a mãe da vítima, ela mesma fora agredida muitas vezes. Meus caros jurados, ele não hesitaria se sua arma fosse verdadeira, e meu cliente meus senhores, ele tem família, não vou mais me prolongar, eu só quero que pensem bem, analisem, o senhor Afflen apenas se defendeu.”

– Recesso! - A Juíza bateu o martelo.

– Como estamos senhorita Swan?

– Bem senhor Afflen, os jurados ficaram balançados com o depoimento da mãe, mas depois de minhas provas e do meu interrogatório eles ficaram mais seguros.

– Como você sabe tanto? - Eu perguntei no calor do momento, esquecendo-me de se referir a ela como senhorita Swan, e já fui repreendido com seu olhar mortal.

– Senhor Edward fale comigo direito não lhe dei esta liberdade, e para seu governo aprenda este é seu trabalho, aprender, tem que ler as pessoas, saber o que se passa na mente de cada uma.

Na sua mente, por exemplo, deve passar a falta de sexo, só pode para este mau humor todo, uma boa foda resolveria.

– Senhor Cullen prestou atenção? Pois aproveite eu dou poucas dicas raras vezes, e as aproveite.

– Sim Senhorita Swan

– Assim está melhor.

A tarde se alastrava quando imaginei que os jurados não deliberariam hoje ainda, finalmente fomos chamados.

– Todos em pé a meritíssima juíza Grace Walker está em seção.

Sentamos e logo ela perguntou aos jurados.

– Primeiro Jurado, os senhores já chegaram a um veredito?

– Sim meritíssima.

– Então podem nos informar?

– No caso estado contra Afflen sob a acusação de homicídio culposo, declaramos o réu, inocente.

Culposo, quando não há intensão de matar, mas ainda tinha a pior:

– No caso estado contra Afflen sob a acusação de homicídio doloso, declaramos o réu, inocente.

Vencemos, quer dizer Isabella venceu, e ainda estava com sua lista intacta de nenhum caso perdido.

Saímos do julgamento e depois da imprensa ganhar a devida declaração, Isabella estava entrando em seu carro.

– Cullen, venha te deixo em algum lugar perto para você, está tarde.

Uau, como uma pessoa pode ser totalmente bipolar? Ah, isso se devia a seu bom humor creio eu, ela acabara de ganhar um caso.

– Senhor Cullen, aprenda uma coisa, quando eu digo que alguém é inocente e vou ganhar o caso, eu ganho.

Modesta ela hein! Neste instante ela soltou seus cabelos, observei e novamente tudo parecia rodar em câmera lenta.

– Senhor Cullen, foco, onde o meu motorista pode lhe deixar?

– Hmmm, bem, pode ser daqui a algumas quadras dali eu me viro, obrigado.

O telefone de Isabella tocou, não o que eu ouço frequentemente, mas um toque mais animado diferente começou.

– Onde coloquei aquela porcaria?

Senti que ao meu lado algo vibrava, passei a mão e peguei um aparelho pequeno rosa, era até meio infantil.

– Isto?

– Sim Cullen, não enrole me dê logo.

Entreguei o aparelho a ela.

– Swan, quer dizer, Bella.

Aquele deveria ser seu celular pessoal.

– Sim Alice, eu venci é claro! No point? Agora nós vamos sim com certeza. Já estou chegando aí.

Isabella tinha amigas, vida social? Isso era novidade para mim.

– Ei Alice, Damon andou distribuindo convites. Então vai ter alguns novatos por lá, entende, isso mesmo estagiários. Já chego aí, beijos.

Bella, quem diria um apelido até que encaixava. Que eu retire isso de minha cabeça antes que a chame assim e aí estou frito.

Mas algo me chamou atenção em sua ligação, isto era o local onde se reuniriam. Caroline me disse algo parecido com point.

– Senhor Cullen? Já se decidiu onde vai ficar? Tenho compromisso.

– Aqui está ótimo.

Desci do carro, sorri mentalmente eu não perderia esta chance por nada. Peguei meu celular.

– Alô Caroline? Você ainda guardou meu convite para aquela boate?


Continua...

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